
"Carta aberta ao Rui Ginjeira:
Olá campeão. Desta vez fizeste-a bonita. Espero que esteja tudo bem agora mas tive muita pena de saber o que te aconteceu pá. A malta ficou um bocado desfeita. Mas foi uma coisa em grande. Abriste os telejornais e tudo. Não sei quem é que enganaste, mas os gajos das notícias tiraram-te seis anos. Nos jornais também lá estás mas com o nome mal escrito, como é costume. Enfim, fizeste o País parar. No domingo só se falava de ti e do Mugabe, mas deixa lá isso agora.
Quando estivemos juntos na sexta-feira, esqueci-me de te dizer que queimei a junta da cabeça do motor do meu carro. Coisas da velhice (do carro, claro). Queria saber se me aconselhavas a arranjar o traste ou a despachá-lo de vez. Agora estou um bocado confuso. Se calhar vou vendê-lo.
Também não me lembrei de te dizer que as fotografias do casamento chegam esta semana. Parece que estavas muito bem. As moças acharam-te muito bem disposto. Vê lá que a noiva me diz que foste o homem da festa... Eu acho que eu é que fui o homem da festa. Mas tu não ficaste muito atrás. Apesar da gravata, de gosto duvidoso, reconheço que estavas um homenzinho. Desculpa. Um HOMENZINHO. E safaste-te bem a comer de faca e garfo. Não fizeste feio.
Não vinha a propósito, mas podia ter-te dito também que depois de 20 e tal anos de amizade e de histórias incríveis, continuo a gostar muito de ti. Obviamente, mandavas-me à merda, mas pelo menos ficava com a certeza de que sabias. Bom, vai lá à tua vida. Depois a gente vê-se. Aquele abraço. Henrique"
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